Voltando às Casas Bahia

Recentemente falamos sobre o retorno às origens das Casas Bahia. Naquela ocasião abordamos que ao longo do tempo algumas empresas de sucesso perdem o contato com seus consumidores, mudando drasticamente sua estratégia, aplicando a ela um ar de modernidade que embala o novo rumo. Invariavelmente essas decisões acabam ditando uma modernidade sem alma porque os valores, os princípios e os atributos que mantiveram a empresa sempre de pé foram deixados em uma “caixa de papelão” nos arquivos. Depois de um certo tempo, quando as coisas parecem não ter dado certo, após um estrago retumbante e complexo, algumas organizações preferem retornar ao início do caminho. Em análise publicada hoje no UOL - Universo Online, quase um mês depois do anúncio da transformação da Via em Grupo Casas Bahia, a jornalista Lílian Cunha esclarece que o mercado mandou um recado claro à empresa, principalmente depois da ação apresentar queda relevante após uma malsucedida oferta primária. Especialistas ouvidos por ela afirmam que mudanças de nome não transformam o humor dos investidores, principalmente quando variáveis externas e internas jogam contra, como é o caso. “Não queremos apenas um discurso, queremos fatos”. É óbvio que uma mudança de nome pode ser vista como um primeiro passo, mas trata-se de um lampejo. O mundo real não acredita apenas em compromissos, mas em comportamentos que representem os valores que estão comunicando. E tão importante quanto isso: a liderança deve apresentar uma estratégia impactante e ações de curto prazo que indiquem a mudança de trajetória e que rendam resultados iniciais importantes. Não se pode ver o "branding" como um estojo da Lancôme, mas como consequência de um posicionamento exaustivamente debatido através do qual a crença seja assimilada e praticada internamente para começar a ser espelhada e vivida pelos demais. A boa notícia: isso é amplamente possível. A má notícia: não acontece em menos de dois anos. Haverá tempo para isso?