Vamos entrar em um acordo?
Nos últimos dois anos, as cidades brasileiras, especialmente São Paulo, têm se deparado com desafios significativos em relação à infraestrutura de energia elétrica. Os cabos aéreos, que cruzam as paisagens urbanas, tornaram-se símbolo de um problema mais profundo: a vulnerabilidade do sistema elétrico às intempéries. Com a agressividade dos efeitos climáticos em alta, a tendência é piorar. As consequências são sentidas diretamente pela população, que sofre com a falta de energia, perdas econômicas e desconforto. Diante desse cenário, é crucial que autoridades e concessionárias de energia se unam para encontrar soluções eficazes e duradouras.
Alguns têm apontado o dedo para um ou outro culpado. Outros têm usado a tragédia para fins eleitorais. A responsabilidade por esses problemas, no entanto, é compartilhada entre diversos entes. O Governo Federal e a ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica , ao concederem as licenças, deveriam ter estabelecido métricas claras para a universalização do aterramento dos cabos no curto, médio e no longo prazo.
Por outro lado, as concessionárias, como a Enel Brasil, precisam ter planos de crise robustos e bem executados. A falta de equipes de contingência suficientes para atender todas as áreas afetadas é um reflexo da necessidade de melhor planejamento. Além disso, a colaboração entre as concessionárias e as prefeituras locais é essencial. Uma parceria mais objetiva entre a empresa e a Prefeitura Municipal de São Paulo poderia ter facilitado a implementação de soluções mais eficazes e rápidas, minimizando o impacto das crises sobre a população.
Em vez de buscar culpados, é fundamental que todos os envolvidos se concentrem em encontrar soluções. A mediação e a negociação são ferramentas poderosas que podem ajudar a alinhar interesses e promover acordos que beneficiem a todos. Cumprir contratos é um dever, e as multas estipuladas devem ser aplicadas quando necessário. No entanto, é importante lembrar que as multas não compensam os prejuízos sofridos pelos cidadãos. O foco deve ser na prevenção e na mitigação de futuros problemas. Isso requer um compromisso conjunto para investir em infraestrutura, melhorar os planos de contingência e garantir que as equipes de resposta a crises sejam adequadas e bem treinadas.
Infelizmente, em tempos de crise, é comum que questões como essa sejam usadas como ferramentas políticas. Isso por um lado subestima a inteligência dos cidadãos e, por outro, prejudica a reputação dos próprios políticos que adotam essa abordagem. É ingênuo supor que tirar vantagem de um problema seja ético. O cidadão não cai mais nessa. É essencial que as crises sejam tratadas com seriedade e que as soluções sejam priorizadas no lugar de narrativas da vingança.
A união de ideias é essencial para superar os desafios enfrentados pelas cidades brasileiras. Somente através do diálogo, da colaboração e do compromisso com soluções duradouras poderemos garantir um futuro mais seguro e confiável para todos. Isso vale para a energia, como para qualquer outra serviço público. Promover reuniões regulares entre autoridades, concessionárias e representantes da sociedade civil para discutir soluções e monitorar o progresso é um passo importante. Priorizar o aterramento dos cabos e a modernização do sistema elétrico para torná-lo mais resiliente é fundamental. Dure o que precise durar. Custe o que tenha de custar.
Desenvolver e testar regularmente planos de resposta a crises para garantir que sejam eficazes quando necessário é imperativo. Informar a população sobre as medidas que estão sendo tomadas e como podem se preparar para eventuais interrupções, também. Manter a transparência em todas as ações e garantir que todos os envolvidos sejam responsabilizados por suas partes no processo é essencial.
Menos blábláblá e mimimi, e mais ação.
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