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No LinkedIn, você acerta no que não vê

No universo de possibilidades do digital, o LinkedIn se apresenta como uma plataforma onde profissionais de diversas áreas convergem para construir redes, compartilhar ideias e, idealmente, gerar oportunidades de negócios, conquistar ou fomentar empregos. No entanto, por mais que sejamos seduzidos por sua promessa de conexões e potencial de crescimento profissional, é importante analisar criticamente o papel que desempenha de fato como gerador orgânico de negócios ou mesmo como plataforma para uma eventual troca de endereço corporativo.

É difícil ignorar a forma como o LinkedIn utiliza algoritmos para promover seus interesses. Ao mesmo tempo em que profissionais contribuem com conteúdo e engajamento, o sistema utiliza essa experiência e participação para construir sua biblioteca de conhecimento, seu magnânimo mailing, gerar permanência e dependência, além de otimizar seus resultados por meio dos serviços que oferece às organizações e aos seus assinantes, que o procuram justamente pelo número de usuários que dele fazem parte: 970 milhões no mundo, 67 milhões deles só no Brasil.

Esse grande contingente de pessoas permanece enredado no ecossistema digital, não por ingenuidade, mas por uma razão mais sutil: a plataforma serve como uma arena intelectual, onde podem-se abstrair conteúdos, explorar novas ideias e desafiar pensamentos e preconceitos. A “armadilha” é bem inteligente e a Microsoft não colocou dinheiro à toa nisso

É verdade que o LinkedIn também pode ser um terreno fértil para a autoafirmação e promoção. Esbarramos com frequência em declarações sobre conquistas pessoais e profissionais, muitas delas envoltas em uma névoa de exagero e ficção. Isso, a meu ver, não deve nos desanimar porque até dentro desse mar de vaidades, há pérolas de sabedoria e insights valiosos a serem descobertos. 

Por outro lado, quando respondemos a perguntas e participamos de discussões na plataforma, somos desafiados a refletir e articular nossas ideias de forma clara e concisa. É um exercício constante de estímulo cognitivo, que mantém a turma alerta e engajada em um processo de aprendizado contínuo. 

Sabendo que o LinkedIn tem suas sombras e limitações, por que continuamos a investir nosso tempo e energia no canal? Provavelmente porque reconhecemos suas imperfeições, mas ao mesmo tempo encontramos valor nas oportunidades de interagir com mentes afiadas e compartilhar conhecimento com uma comunidade global de profissionais.

No fundo, o LinkedIn é o que fazemos dele. A escolha está em sermos meros espectadores ou participantes ativos na construção de um espaço digital mais significativo. Enquanto continuarmos a exercitar nossa capacidade de discernimento e crítica, podemos fazer da plataforma uma ferramenta muito útil. 

Este espaço pode não ser o gerador de negócios ou o caminho mais adequado para alcançar aquele emprego dos sonhos, mas sua utilidade como uma fonte de estímulo ao pensar é algo que não podemos subestimar e acho que é aqui que reside o verdadeiro valor da plataforma porque, assim como eu, a maioria acerta onde não vê. 



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