Homens à beira de um ataque de nervos
- Luis Alcubierre
- há 6 dias
- 2 min de leitura
No futebol, a figura do técnico é central na elaboração de estratégias e também na condução emocional da equipe. A expulsão de Luis Zubeldía, técnico do São Paulo, durante o empate sem gols contra o Atlético Mineiro, no último domingo, traz à tona a discussão sobre como o comportamento dos líderes à beira do campo influencia diretamente o desempenho e a estabilidade dos times.
Abel Ferreira, comandante do Palmeiras, é um exemplo notório dessa dinâmica. Conhecido por sua intensidade, Abel acumula episódios de advertências e expulsões devido a confrontos com a arbitragem. O treinador já recebeu 50 cartões desde sua chegada ao clube, em 2020, sendo oito vermelhos.
Luis Zubeldia, por sua vez, comemora um ano à frente do tricolor paulista, demonstrando sinais de comportamento semelhante. Sua recente punição acende um alerta sobre os desafios de manter o equilíbrio emocional em momentos críticos.
A ausência desses técnicos à beira do campo não é apenas simbólica. Estudos no esporte indicam que a presença ativa e equilibrada do treinador pode ser determinante para a confiança e organização tática da equipe. Quando um líder é afastado devido a comportamentos impulsivos, a equipe pode enfrentar desorientação e queda de rendimento.
No mundo corporativo, essa realidade não é diferente. Líderes que não gerenciam suas emoções adequadamente criam ambientes de trabalho tensos, o que acaba por afetar a produtividade e o bem-estar dos colaboradores. A inteligência emocional torna-se, portanto, uma competência essencial. O psicólogo norte-americano Daniel Goleman destaca que líderes emocionalmente inteligentes são capazes de reconhecer seus próprios sentimentos e os dos outros, motivando equipes e gerenciando relacionamentos com empatia.
O comportamento destemperado de ambos os treinadores dá pistas de como o controle emocional é vital. Enquanto Abel já enfrentou julgamentos por gestos obscenos que resultaram em expulsões, Zubeldia começa a trilhar um caminho que pode ser comprometido por suas recentes atitudes.
A reflexão que se impõe é clara: a competência técnica é fundamental, mas sem inteligência emocional, o líder pode se tornar um fator de desestabilização. No futebol ou no ambiente corporativo, líderes que mantêm a calma sob pressão servem de exemplo e promovem coesão e foco entre os membros de suas equipes.
Portanto, é imperativo que os líderes reconheçam o impacto de suas ações e busquem o equilíbrio necessário. A verdadeira liderança se manifesta na elaboração de estratégias vencedoras, mas também na capacidade de inspirar e conduzir equipes com serenidade, mesmo diante de desafios mais intensos.

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