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Chefe inseguro é um convite ao fracasso

Líderes em uma empresa enfrentam diariamente um sem-número de inimigos ocultos. Antes que olhemos para os lados com desconfiança, é preciso dizer que todos esses inimigos vivem dentro de cada um deles: falta de comunicação, empatia, visão, de direção, omissão na construção de laços de confiança, resistência a mudanças e aquele considerado um clássico: a insegurança. É nesse contexto que reside mais uma das fronteiras que diferenciam chefes e líderes. Quando um chefe é inseguro, a dinâmica da equipe é prejudicada e o desempenho geral de uma área ou mesmo de uma empresa se vê aos poucos afetado. O resultado é o mesmo do sapo na panela depois da fervura.

Provavelmente já encontramos pessoas com uma ou mais dessas características, embora seja importante pontuar que não existe um inimigo pior ou menos ruim. O que existe quando detectamos algum desses inimigos ocultos em nós é a necessidade de trabalhar a situação para que ela não prejudique aqueles que lideramos, a empresa para a qual trabalhamos e a nós mesmos como profissionais.

Para colocar ainda mais tempero nesse prato, dentro de cada inimigo há perfis distintos e graus de complexidade. No caso da insegurança, ela pode estar ligada à incapacidade de tomar uma decisão importante, de delegar tarefas, dar um feedback, de reconhecer membros da equipe, de dar notícias impopulares e de enfrentar uma situação ou desafio jamais provado. Em qualquer desses casos, a produtividade e o clima organizacional se verão prejudicados.

Os chefes inseguros também podem ter dificuldades em lidar com críticas e sugestões de melhoria, o que pode afetar negativamente a inovação e a capacidade da empresa de se adaptar às mudanças do mercado. Entretanto, o maior problema em minha opinião reside nos chefes incapazes de admitir sua insegurança pessoal e como ela afeta o restante de suas vidas. As fontes para essa insegurança podem ser inúmeras: traumas de experiências passadas que podem ter deixado marcas emocionais na formação do indivíduo, baixa autoestima, exagerada autocrítica, a mania de ficar se comparando, medo de errar, pressões de todos os tipos, a necessidade de o tempo inteiro ser aprovado pelos demais, entre outras.

Para evitar esse tipo de situação, é importante que os líderes trabalhem sua autoconfiança e segurança emocional (há vários caminhos para isso), busquem feedback e desenvolvam habilidades de comunicação e de liderança que sejam eficazes. Do lado da empresa, é fundamental que elas criem uma cultura organizacional que incentive a confiança, a transparência e o diálogo aberto entre líderes e colaboradores.

Chefes inseguros são um convite ao fracasso porque não há ambiente que aguente sua toxicidade. Investir no autoconhecimento e na segurança emocional são passos iniciais importantes para quem de fato queira se transformar e assumir o real significado de liderança.


Ilustração: April Arts

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