top of page

A mentira ganhou asas

A decisão de Mark Zuckerberg, CEO da Meta, de remover agências profissionais de checagem de fatos em suas plataformas e substituí-las por um sistema de "notas da comunidade", com base em avaliações dos próprios usuários, representa um perigoso retrocesso na luta contra a proliferação de fake news. Ao ceder à pressão política, principalmente do novo governo dos Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump, a Meta coloca em risco a integridade das informações compartilhadas em gigantescos espaços como o Facebook, Instagram e Threads. A proposta de democratizar a verificação da veracidade das informações parece, à primeira vista, um gesto de liberdade, mas esconde uma armadilha fatal: a diluição da responsabilidade e a banalização da verdade.


Em tempos onde a linha entre realidade e ficção se torna cada vez mais tênue, em que a desinformação se espalha a uma velocidade estonteante, uma “liberdade exagerada” nas redes sociais não apenas torna o debate público mais confuso, mas alimenta uma cultura de polarização e radicalização. A multiplicação de fontes de informação não qualificadas, muitas vezes movidas por interesses escusos, fortalece narrativas falsas que se impõem sobre os fatos. A responsabilidade de checar a veracidade das informações não pode ser deixada nas mãos de pessoas que, frequentemente, carecem da expertise necessária ou têm motivações pessoais que distorcem o que é apresentado.


Essa mudança coloca em risco a confiança nas plataformas, dando espaço para que verdades inconvenientes sejam abafadas por mentiras que se espalham com a mesma facilidade. O risco é claro: em um cenário em que a mentira se mistura com a verdade, as pessoas passam a confiar em narrativas que validam suas crenças, não importa quão falaciosas sejam. 


A medida do executivo, ao ceder à pressão política e empresarial, representa não só uma covardia diante do problema das fake news, mas uma capitulação frente ao poder de discursos manipulativos, que, em tempos perversos, podem distorcer a própria realidade.


Se estivesse vivo, Silvio Santos denunciaria o "Olho de Sauron" por plágio do seu programa Topa Tudo por Dinheiro.



 
 
 

Comments


+ Recentes
Arquivo
Busca por Tags
Siga-me
  • LinkedIn Social Icon

© 2015 - 2024 | Luis Alcubierre
criado com w
ix.com

 

  • LinkedIn
Luis Alcubierre
bottom of page