O Oitavo Sentido, segundo Jose Antonio Llorente
Acabo de ler "El Octavo Sentido", do jornalista, consultor, co-fundador e presidente da Llorente e Cuenca, Jose Antonio Llorente. O livro está recheado de histórias vividas por Jose Antonio, desde o começo de sua carreira, que praticamente coincide com a trajetória da comunicação empresarial na Espanha e na América Latina, até os dias de hoje. E fica muito claro em sua narrativa que o "hoje" é apenas algo parecido com o "ontem" em nossa profissão de comunicador. Algumas coisas, é bem verdade, não mudaram. Fala do preocupante analfabetismo comunicacional nas grandes organizações, da perigosa manipulação dos meios em todo o mundo, da democratização da informação e os riscos da visão sem perspectiva. Cita Salmon, Sartori, Ignatieff, Robins, Laurent Habib e muitos outros pensadores e especialistas da área para dar dimensão àquilo que apresenta como ideia, crença e experiência. Deixa claro que a comunicação prêt-à-porter já era há muito tempo e que cada empresa precisa passar por um alfaiate para fazer suas medidas e construir o seu "costume". Insiste que para os dias de hoje não há nada mais saudável do que a verdade nas relações que comungam empresas e sociedades e que a transparência só pode ser construída com fatos. Qualquer coisa diferente disso é manipulação. "Chegamos à era da obsolescência da mentira", como prefere dizer. Ao longo do livro, Jose Antonio conta passagens de sua fase na Burson e transmite as experiências e valores de sua vitoriosa agência para ilustrar o que se deve ou não fazer na hora de valorizar a marca de uma empresa. Um livro importante para aqueles que entendem que a Comunicação faz sentido, seja ele o primeiro, o segundo ou o oitavo.